11 de fevereiro de 2008

Incertezas


Fiquemos certos de que o certo é sempre incerto. Não? Então de quantas certezas inúteis estamos falando aqui? De quantos goles nesse cálice amargo ainda precisamos para nos certificarmos de que não há do que se certificar? Foi? Leu no jornal? E daí? Quem te garante que aquilo foi realmente o que aconteceu? Como é? Ouviu de fonte segura? Quem fornece esse tal atestado de “fonte segura”? E depois, para que servem mesmo atestados? Quem tem certeza de alguma coisa? Quem garante? O que é real? O que é apenas uma brincadeira de mau gosto da tua percepção desfocada e desvairada? O que é julgamento de valor, se não sabemos com o que valorar, comparar, padronizar? E para que padrões? Quem garante que os padrões estão corretos e que quem não está no padrão é que está certo? O que é o certo? E o errado? E o inverso, que vira verso, e destoa das notas que foram lançadas em desafino com o universo? Quem, afinal de contas, quer fazer tantas questões, senão aquele que está perdido? E quem garante que aquele que está perdido não é exatamente o que se encontrou e apenas não se encaixa em quem procura encaixes? E nessa caixa, qual lado é para cima? E aí eu pergunto, isso importa?


2 comentários:

Zélia disse...

"E nessa caixa, qual lado é para cima? E aí eu pergunto, isso importa?"

João Neto

kkkkkkkkkkkkkkkk - no melhor sentido de uma gargalhada. [;)]

Não!Não importa,amigo(minha opinião).
Seu texto,lembrou-me de Foucault quando ele diz que "a verdade é efeito de um discurso".Nos apresentam o discurso,e "entendemos" a verdade.A questão é saber se ela fará sentido para nós...

Letícia disse...

Muito bom. Dia desses li uma citação que me fez pensar nisso - sobre estarmos perdidos ou não. Se for por fazer perguntas, vivo perdida. Bom que voltou a escrever, John. Não devemos calar. A única certeza que temos é que a nossa voz difere das outras.