30 de julho de 2008

Estagnada?

A Alice falando de estagnação. Respondi isso...

(foto por Ash-Kylie - DeviantArt)

Estagnada?
Nada
Não quem escreve
Não quem ouse pensar
Não a escritora de horas completas
De verbos de ação
E do caldeirão saem letras
Frases, citações e nomes antigos
Transformação irradiada
Revoluções por minuto
Cogumelo atômico em minha Hiroshima
E para ler sua "estagnação"
Só sendo lebre que não perde para tartaruga.

17 de julho de 2008

Ainda na Terra da Fantasia

(Foto por C. Lanez - DeviantArt)



O bem vence o mal e espanta o temporal, assim já preconizava o grande filósofo Gorpo. Após uma breve negociação, o Príncipe Encantado, que sou eu, conseguiu convencer a Bruxa Má do Oeste, que é a ex-esposa (e aqui cabe um parêntesis, ela não é exatamente uma bruxa, mas como é certo que a história é contada pelos vencedores, então, a estes, cabem as batatas da liberdade poética), a deixar Rapunzel e Cachinhos Dourados sob sua guarda por mais alguns dias ensolarados. E é engraçado notar que, apesar das chuvas torrenciais que vem assolando a capital onde o sol nasce primeiro, os dias possuem um colorido todo especial pelo simples fato de ser acordado com dois beijos de bom dia e ir dormir com dois beijos de boa noite. Pó de pir-lim-pim-pim lançado por Sininho para transformar os nossos dias.


Crianças possuem a rara capacidade de nos fazer crianças também. Parece encanto do Mágico de Oz. De repente o traficante transforma-se em um mago manipulador de poções alucinógenas, o assassino é um demônio devorador de almas, o assaltante é um ogro desalmado, o pedófilo é o Lobo Mau secretamente desejando Chapeuzinho Vermelho, bairro de periferia dominado por bandidos transforma-se em um reino triste onde as forças do mal subjugaram as forças do bem, o colarinho branco desviando verbas é um rei muito, muito, muito mau, que rouba o dinheiro dos pobres. E, quando o Príncipe Encantado (que sou eu, lembram-se?), chega ao castelo depois de um dia inteiro de combate contra tamanha legião de seres maléficos, eis que as fadas do bem renovam suas energias com seus poderosos encantos, como, por exemplo, abrir um sorriso ao vê-lo atravessar a ponte levadiça. Há encanto mais poderoso do que demonstrar o amor que se sente?


Então é isso. As fadas continuam em meu castelo transformando meus dias e mudando minha rotina. Significa menos texto postado, mas certamente não menos inspiração, como já se deve ter percebido. Significa momentos que não serão esquecidos. Momentos de revelação, conversas que já se tornam maduras em uma e dentes que ainda caem da outra (Ops! Acho melhor deixá-los embaixo do travesseiro para a Fada dos Dentes trocar por uma moeda!).


Aos amigos blogueiros, paciência. Tenho estado muito pouco diante do computador. Sendo assim, voltarei a ler vocês em breve. Por enquanto, entendam. Tudo é por elas e para elas, preciso usar esse tempo para renovar minha fé em um mundo melhor. Overdose de pó de pir-lim-pim-pim novamente só nas férias de fim de ano...

16 de julho de 2008

A LUZ ATRAVÉS DA JANELA



Minutes to midnight by =Princess-of-Shadows


A luz entra pela janela
entreaberta
entrefechada
não sei ao certo.
O brilho da lua entra
sem
cerimônia
sem
vergonha.

No céu as nuvens
cinzentas passam
e olham...
para as estrelas
com
inveja
do brilho delas.

Através da janela
O gato
sob o luar
contempla
sombrio
o murmúrio
do mar.

Através da janela.
A moça
melancólica
sonha
com a beleza
do céu azul
do escuro mar.
Que desperta
nela
um desejo
uma vontade
de amar.

10 de julho de 2008

A Jovem e a Rosa

Beleza - deviantArt

Que bela imagem
da rosa e a jovem.
Tanta poesia invoca
a linda miragem
de um corpo sensual,
tomando pela mão, uma rosa
em um dialogo floral.
Pega a rosa e sente
o seu perfume angelical.
Murmura segredos
e misteriosa sonha.

A jovem
em preto e branco
na contraluz,
reflete como espelho
a transparência da luz.
Em contraste,
a flor perfumada,
no seu verde e vermelho,
compõem com a jovem,
o cenário
da moldura da janela fechada.

9 de julho de 2008

Terra da Fantasia ou Carta do Desaparecido

(Gravura por Cris Vector - DeviantArt)

Não
Não foragido
Não desaparecido
Não abduzido
Não transformado em poema
Não esquecido dos amigos
Não

Agora, explicações:

É simples, são as férias dos meus bebês. Ambas estão aqui em casa. Ambas já acessam internet e possuem primazia. Ambas querem muito de mim, tirar o atraso do tempo em que ficamos distantes. Bricadeiras, vídeos da Xuxa (e querem, inclusive, que eu dance junto...), pular corda, contar estórias de terror debaixo do lençol feito de cabana, jogar palavras cruzadas, dominó e baralho. Querem que eu seja padrinho mágico, que eu tenha uma Máquina do Mistério, que eu seja Scooby ou Fred ou Salsicha (uma é a Welma, a outra é a Daphne), querem ser Barbie, querem ser Mandy e querem que eu seja o Puro-Osso. Sendo assim, quando não estou no trabalho, estou no lazer junto com elas.

Já sinto falta de escrever e prometo que semana que vem a produção volta ao normal, pois, infelizmente, elas voltam para a casa da mãe...

A vida é assim, ganha-se aqui, perde-se acolá. Aproveitemos o que ela tem de melhor todos os dias. Hoje é dia delas. Agora vou correndo para lá, a terra da fantasia, pois já me chamaram duas vezes, e contando...

Ps.: Crazy Diamond, thanks! Pela saudade e pela canção!

8 de julho de 2008

Felicidade em doses Homeopáticas

- Não, não sei. Já disse que não sei.
- Quando você vai saber?
- Talvez nunca.
- Mas se não for agora, pode não ser mais.
- Sinto.
- Sente o quê?
- Um lamento.
- Mas você quer viver assim?
- Não. Assim vai ser só dor com pinceladas de prazer ou vice-versa.
- E de outro jeito é só frustração.
- Não há como manter esses sentires todos intensos e desordenados.
- E então? A gente se larga e se dói? Ou a gente fica perto e vive de felicidade em doses homeopáticas?
- Não, não sei. Já disse que não sei.

E. Alvarez

7 de julho de 2008

O POVO E A ELEIÇÃO

Toda eleição é um “chover no molhado” e o povo quebrado esperando ela chegar. Os políticos sabidos sem decoro parlamentar imploram o voto do povo com promessas de enganar, depois enrolam e esquecem que prometeram trabalhar com honestidade em favor do povo. Depois de empossados nada de trabalho quanto mais legislar.
No Brasil tem hora de Brasília, hora oficial, devia ter também horas de trabalhos, que seriam três dias por semana como fazem os bacanas dos deputados e senadores que chegam à noite de segunda e voltam para casa nas quintas feiras a tarde. Isto que é trabalhar! É de lascar. Este é um país sério, honesto e trabalhador, pobre do povo!
O executivo dá só bons exemplos, está aí o tal cartão corporativo que não me deixa mentir. Mas tudo no interesse do povo, até permite que os deputados façam projetos, quando não tem decreto lei para aprovar.
Esse ano até que trabalharam demais, passaram a tal “Lei Seca”, Será que importaram da América? Lá da década de trinta? Talvez tenha aparecido por aqui o “Al Capone”, quem sabe? Esta tal de Lei Seca ainda vai dar o que falar; “Tege preso!” O Senhor bebeu, comeu, bebeu, a lei prendeu e se não quiser fazer o teste do bafômetro, não tem importância o “Puliça” lhe prende assim mesmo. Muito simples é somente dizer que você é um cachaceiro, um bagunceiro e o brasileiro vai para xilindró porque o delegado, ou o soldado tem fé de oficio, falou e disse, bonito né! e você Mané não tem colher, vai preso mesmo!
Voltando para eleição, que é obrigação, devia ter também o voto de protesto, de fato, a gente vota sob protesto e sem opção de dizer não, já que a urna não tem a tecla para digitar: não voto em ladrão. Aí sim, seria uma verdadeira democracia onde a gente se expressaria e diria o que queria em uma eleição honesta, sem mentiras e demagogias.
E quando os senhores Senadores se reúnem em sessão para tomar uma decisão que nem sempre é a favor do povo. É só embolação, falta de coro, recesso, protestos e pedem vista do processo. Adiando as resoluções para cada vez mais consumirem o dinheiro da nação com salários, moradias, mordomias e “jetons”.
Fico perguntando para meus botões: “que pais é este que precisa de políticos corruptos, calculistas, cínicos que roubam os recursos da nação”. “Por que será que a política só atrae pessoas tão pequenas, de mentalidade anã?”
Nunca serei um ‘policitante”, prefiro tomar calmante, lexotan, placebos - comprimidos de mentira, ou água com açúcar que me lembra meu tempo de criança que a tomava para acalmar depois de um susto. Hoje tomo calmantes para limpar meus ouvidos e minha mente saturados de besteiras que chegam pelo radio, jornal e televisão. É o mal da eleição; comícios, passeatas, trios elétricos que varam a noite até de manhã. (In)felizmente só temos de dois em dois anos, e termina em novembro e a história encerra nesta porcaria de terra, esta farsa chamada eleição.


Traduzindo em versos

De dois em dois anos
É chover no molhado
O povo quebrado
Esperando a eleição chegar.
Os políticos sabidos
Sem decoro parlamentar
Imploram o voto do povo
Com promessa de enganar.

Antes da eleição
São de uma honestidade sem par
Mas depois de empossados
Botam pra quebrar.
Este é um país sério
Honesto e trabalhador
Mas os políticos desonestos
São um horror.

Este ano, imagine, seu Doutor
Os deputados fizeram a tal Lei Seca
Que quem bebe e dirige dançou.
Será que importaram
Da América? Tenha dó
Bebeu, dirigiu, cana,
E não tem bacana
Vai para xilindró

De dia tem as passeatas
De noite tem comícios
Em novembro a votação
É coisa de obrigação.
Não tem jeito, tem que votar
Sob protesto e sem opção
Na tal urna não tem a tecla
“não voto em ladrão”.

Por Joseph Dalmo

4 de julho de 2008

A JANELA

Moro pertinho do mar. Amo o mar, é tão tranquilizante o mar e de minha janela eu olhava para ele, há muito tempo atrás. Hoje não olho mais, só vejo a selva de concreto e castelos de pedras que se chamam casas.
Mas, antes da minha janela via o Sol nascer no horizonte a encher de cores o céu, matizando suas nuvens às vezes claras outras vezes escuras. Era um espetáculo mui belo. De vez em quando se armava um tremento temporal, com raios que cortavam o ar para o mar. Aí ficava tudo um breu, credo! Fazia medo. Desabava do céu um tremento aguaceiro. Depois da tempestade vem sempre a bonança, puxa esta tirada já é velha, mas vamos em frente assim mesmo. Então, o Sol dava o ar da graça novamente, porque aqui no nordeste tem isso da chuva ser ligeira, não tem preguiça de ficar “chovendo no molhado”, dias e dias. E junto ao Sol vinha também o vento sudeste outras vezes nordeste, não sei, so sei que ele vinha e ficava balançando as folhas dos coqueiros do meu quintal ou os coqueiros que molduravam a praia com seu verde amarelado das suas palhas que serviam de galhos para as aves posarem.
Ao entardecer via também da outra janela o Sol se pondo no horizonte distante, sim, porque uma janela fica defronte do mar e a outra dá para a rua que passa por trás, naquele vai e vem incessante de carros. Aí o espetáculo era outro, tinha que ser rápido, pois o cenário mudava de cor todo minuto e cada um mais lindo.
Neste tempo tinha ainda dunas e verdes no horizonte, hoje não tem mais, passaram o trator e tudo acabou só ficou o concreto, mas isso é outra história.
À noitinha surgiam também as estrelas e dependendo do dia a esposa do Sol também dava o ar da graça com sua luz prateada a clarear o mar. Nestas noites estreladas eu via o Cruzeiro do Sul brilhando e cintilando sobre o mar, como a chamar os pescadores para pescar naquel mar azul escuro. Eu ficava com água na boca com vontade de passear pela praia, ou pescar com minha rede feiticeira que parecia a cabeleira de uma bruxa que tomava banho no mar. Era tão gostoso pescar numa noite de luar, com as fadas que me acompanhavam e me faziam flutuar como eu fosse parte do mar.
Cada lance da rede eu ficava com uma alegria louca quando encontrava um peixinho que vinha coberto de restos de folhas e algas mortas, mas não me importava com o resultado da pescaria, o que importava era a felicidade que tudo isso trazia.

Traduzindo em versos...

DA MINHA JANELA

Vejo o Sol se pondo, fascinado...
O céu em tom de vermelho matizado;
Ao fundo as nuvens escuras à clarear,
diluindo-se no ar os nimbos aguaceiros...
Contrapondo a este cenário, observo coqueiros,
balançando suavemente suas folhas no ar...

Como que para dar boas vindas aos andorinhões,
que circulam em bando de enorme proporções...
Ao entardecer, da minha janela aprecio afinal,
o Sol desaparecer por cima do manguezal.
A escuridão cai depressa em consequência....
e a Lua surge, e as estrelas em sequência...

Olho para céu e percebo o Cruzeiro do Sul
brilhando sobre o mar azul.
Fico olhando o mar pela janela
e vejo saírem para pescar os barcos a vela...
E a Lua brilhando com sua luz prateada o mar...
e fico imaginando como é gostoso nadar.

Saio para uma pescaria com o luar a inspirar...
A gente fica leve,... flutua,... e brinca como um louco.
O resultado da pescaria é pouco, não satisfaz...
O que importa é a felicidade
que tudo isso traz.

By Joseph (Aracaju, abril, 2001)

2 de julho de 2008

Sobre Café e Cigarros

"Dêem-me café, e ninguém se machucará"
(Foto por Sadiya - DeviantArt)

Letícia, escritora e minha amiga pessoal, já alertou-me que é de bom alvitre que o autor não escreva de maneira tão pessoal que se reflita por inteiro em seus textos, como se em um espelho estivesse. Sorry, Crazy Diamond! Aqui vamos nós de novo...


Zélia, escritora, amiga pessoal e oráculo eventual, disse-me, certa vez, que não é interessante ficar contando períodos de tempo, que o melhor é viver os dias e deixar que o que se quer esquecer se esvaneça naturalmente. Desculpe, capitã! Aqui vamos nós de novo...


Valcir, escritor, irmão, oráculo permanente e companheiro de cachaças homéricas, disse-me, como bom troglomacho que é, que eu tenho uma vontade de ferro, haja vista haver me livrado de dois vícios ao mesmo tempo, a saber, o cigarro e o café. Bom, quanto ao café, aqui vamos nós de novo...


Ana Fernandes, escritora (não vou dizer irmã, por que aí seria incesto!), paixão primal, amante e companheira de todos os momentos, a todo tempo diz que me ama e que, depois que parei de fumar, meu odor melhorou substancialmente, e que, depois que parei de tomar café, meus estresses praticamente sumiram. Perdona, mi amor! Calma, quanto ao cigarro, fique fria, mas já quanto ao café...


O caso é o seguinte. Quem me conhece sabe que fumei por cerca de dez anos, que já havia tentado parar com o cigarro um sem número de vezes, e que no dia 13/01/2008 eu fumei o último deles até o presente momento. O que nos dá hoje, neste momento, exatamente 171 dias, 18 horas e 45 minutos sem colocar um cigarro na boca. No rastro da vontade de parar de fumar eu também cortei o café. Quem fuma sabe, um nasceu para o outro, assim como a coca-cola nasceu para o rum, ou a cerveja para a praia, ou o whisky para os dias frios, ou o vinho para noites de amor... ok, eu bebo sim, e vou vivendo!


Apesar de haver cortado o hábito de fumar, não me tornei um ex-fumante Xiita, até por que ainda sinto uma vontade danada de pegar uma carteira de Marlboro, colocar todos os cigarros na boca e acendê-los de uma só vez. Juro que um dia eu ainda faço isso. E digo mais, quem fuma e for mais macho do que eu (e isso também vale para as moças que forem mais mulher do que eu!) que continue fumando feito uma caipora. Ninguém é inocente nesse quesito, todos sabem dos riscos e cabe a cada um decidir se deve fumar ou não. Por mim, tudo bem, e se for amigo meu pode ficar certo de que, ainda que esteja internado em estado terminal com câncer na garganta, e quiser fumar, eu levo o cigarro, acendo e atiro em qualquer médico que queira impedir esse ato de prazer inenarrável.


E com relação ao café? A verdade é que já tomei tanto café em minha vida quanto há água correndo no rio Amazonas. Tudo bem, o Amazonas é exagero, mas que chega a ser como o Solimões, ou o Negro, isso chega sim. Mas quem pode me culpar disso? Grãos selecionados, cultivados em solos bem tratados, torrados no ponto adequado, tirados por baristas hábeis e servidos em xícaras de porcelana pré-aquecidas. Aquela fumaça, que descreve rotas exóticas em direção ao meu nariz (hoje liberto da nicotina, o que me dá um olfato ainda mais apurado), e que adentra meu corpo e seqüestra o meu desejo, quase num ato de volúpia. Capuccino, Expresso, Late, Russo, com leite, variantes diferentes do mesmo prazer. Some-se a isso o reconfortante hábito de sentar à mesa do coffe shop com os amigos e conversar sobre tudo e sobre nada. Lembra-se, Ana, que foi assim que tudo começou?


E, antes que me reputem “portador de necessidades especiais relativas à cafeína” (expressão politicamente correta para “viciado em café”), quero deixar claro que, apesar de todo o prazer redescoberto ontem, não estou tomando cafés como outrora. Hoje minha degustação resume-se a uma xícara, apenas uma xícara diária, mas que, transformado em um momento único e especial, vale como se fosse a última.