24 de junho de 2009

Apelo afrito

Foto: olhares


Apelo Aflito

Curvas femininas
Misteriosa e sensuais
Um apelo para o amor
Pétalas de flor

Seus olhos
Lágrimas apago
Com um sopro
De um mago

Aflito admiro
Derrapo nas curvas
Dos seios
E suspiro

No centro
Umbigo
Começo do mistério
Antigo

No regaço
Os dedos
Percorrem
O traço

Em baixo da calça
O púbis veludo
Liso e Suave
Tudo.

Por Joseph Dalmo (jun, 2009)

5 de junho de 2009

Chá de Morango

Imagem: Strawberry Kiss by jerry matchett

Fruto vermelho de morango
se deseja nos lábios
Ele oscula

Macio como morango
se deseja na face
Ele invade

Chá espesso de morango
se deseja provar
Ele jorra

Flor silvestre de morango
se deseja na boca
Ele come.

3 de junho de 2009

O Veleiro


O veleiro singra o mar revolto
Em uma noite infernal
O mar agitado quer
engolir tudo afinal.
Os marinheiros taciturnos
procuram lutar sem futuro,
seja heróis, ou marujos obscuros
não conseguem vencer Netuno.

O mar como o fim do mundo
não para nem um segundo
pra os homens respirarem.
No fim o veleiro sangra
Águas enchem o porão
Rasgam-se as velas
Quebram-se os mastros
E uma força inumana
estremece a embarcação.
Homens no mar, sem sorte.
Suas carnes o oceano clama
as trevas escuras reclamam a morte
.


por Joseph Dalmo (maio, 2009)

2 de junho de 2009

Último adeus

Letícia lendo sua crônica em que você fala de forma lírica da morte (Rotineira) me inspirei para retratá-la em versos (posso?).
Você quando decide exuberar, não tem pra ninguém...
Beijão.

Último adeus

a gente morre de repente
quase displicente
flor ardente
volta para o chão
não assiste mais televisão
não se apronta mais
não escreve Hakais
a memória congela
o corpo revela
não se fala mal
na hora do funeral

ausência dobrada
lar partido
página virada
falta sentido
uma vida inteira
e num instante, poeira
e num minuto, adeus...
e tudo continua
o mundo não liga, é ateu.

Por Joseph Dalmo (jun,2009)