- Não, não sei. Já disse que não sei.
- Quando você vai saber?
- Talvez nunca.
- Mas se não for agora, pode não ser mais.
- Sinto.
- Sente o quê?
- Um lamento.
- Mas você quer viver assim?
- Não. Assim vai ser só dor com pinceladas de prazer ou vice-versa.
- E de outro jeito é só frustração.
- Não há como manter esses sentires todos intensos e desordenados.
- E então? A gente se larga e se dói? Ou a gente fica perto e vive de felicidade em doses homeopáticas?
- Não, não sei. Já disse que não sei.
E. Alvarez
8 de julho de 2008
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3 comentários:
Você por aqui.
Eu li seu poema "Diálogo" ontem, mas parei tudo e fui assistir Razão e Seinsibilidade. Não tenho razão... só sensibilidade. E fico feliz que vc venha escrever aqui. Movimenta Nossa Filosofia.
Todos eles falaram em sofrer calado:
A Clarice
O Drummond
James Joyce
Virginia
E muitos outros que se eu for citar, passarei o dia inteiro. Lembro de uma citação que li dia desses:
"Não sei falar. Só sei sentir."
(Eveline)
E sentir é mais fácil mesmo. Falar incomoda e silêncio traz confusão. Seu poema é leitura de conversa confusa que temos sozinhos. Seria mais um monólogo. Também me pergunto "Quando você vai saber?". Pergunto tanto que já nem sei.
Bom ver criação nova. E estarei ao relento. Lendo e ficando cinza.
Bjs.
Então ela encontrou um cigarro, acendeu um verso e ascendeu a um diálogo sobre o impossível - decidir o tamanho da dor. E eu gostei demais.
Bastante interessante.
Não sei se tenho paciência pra dor ou coragem pra homeopatia...
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