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A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender. A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
3 comentários:
"São duas vontades
A que se sente pra fazer
E a que passa
São duas, suas, minhas
São nossas."
Mattoso
A uma filosofia,vou dizer assim,que diz que vontade é igual a liberdade.Nessa vertente estão Santo Agostinho,Descartes e eu. 8) Vontade é liberdade.E liberdade,para mim,é a de Foucault - que tanto já debatemos em nossos espaços.Liberdade responsável e que não depende só de mim,portanto.Se não posso ser "livre" sempre que quero,não poderei fazer tudo que tenho vontade.Aí,centra-se a questão das escolhas.Se a minha vontade resultar em algo ruim,para Santo Agostinho,terei pecado.Para Descartes,terei errado - bem melhor ou menos sofrido deve ser acreditar nos erros,nesse ponto.Seja qual for o caso,a minha vontade que são muitas,que são suas e que são coloridas,só se realizarão o quanto eu puder ser livre...
E tudo na vida vem em no mínimo dois. A dualidade está em todo lugar e em todas as esferas da vida. E bom que seja assim. Não ter escolhas não seria bom, não seria viver. Seria apenas passar pela vida.
Gosto de todas as realidades. A realidade da Clarice, da minha vizinha com quem nunca falo e dos velhos que fingem suas idades.
Nice poem.
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